O Palácio do Rei do Lixo,
também conhecido como a Torre de Coina, ou Palácio da Bruxa, está situado na
freguesia de Coina, Barreiro, sendo bem visível da estrada nacional n.º 10.
A quinta onde se encontra o palácio foi
propriedade rural, no século XVIII, de D. Joaquim de Pina Manique, irmão do
intendente de D. Maria I, Diogo Inácio Pina Manique. A propriedade foi depois
adquirida, no século XIX, por Manuel Martins Gomes Júnior, comerciante de Santo
António da Charneca, que em 1910 mandou construir o palácio, diz-se, para que
“conseguisse avistar a propriedade que possuía em Alcácer do Sal”.
Manuel Martins Gomes Júnior era conhecido como o
"Rei do Lixo", devido ao exclusivo que tinha para a recolha dos
detritos da cidade de Lisboa, e tendo feito fortuna a comprar e vender lixo.
Profundamente ateu, Manuel Gomes Júnior
transformou a ermida da propriedade em armazém e estábulo e batizou a herdade
de "Quinta do Inferno". Posteriormente, e através de António Zanolete
Ramada Curto, genro do "Rei do Lixo", a propriedade tornou-se numa
importante casa agrícola. Em 1957, foi vendida aos grandes proprietários e
industriais de curtumes Joaquim Baptista Mota e António Baptista, que constituíram
a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Vicente e transformaram a propriedade numa
importante exploração pomícola.
Já na década de 70, a propriedade foi adquirida
por António Xavier de Lima, conhecido construtor da margem sul do Tejo, que,
segundo o presidente da Junta de Freguesia de Coina, “comprou toda a Quinta de
S. Vicente e os terrenos adjacentes às quintas, tornando-se assim
proprietário”. Em 1988, ocorreu um incêndio de contornos misteriosos que veio
contribuir para o estado degradado do palácio, na altura já desabitado há 18
anos.
A torre ainda pertence atualmente à empresa Xavier
de Lima, e não se conhecem planos para a sua reabilitação.
Existem na Internet numerosos
artigos sobre este Monumento esquecido no tempo, uma simples pesquisa no
Google satisfará quem esteja mais interessado no conteúdo histórico. Quase
todas as páginas relatam á sua maneira a evolução temporal desta Quinta e da respectiva
torre. Assim como as façanhas e aventuras de Manuel Martins Gomes Júnior (vulgo
Rei do Lixo). Estas descrições neste caso mais ou menos fidedignas pouco me importam.
Apenas quis refletir neste blog a imagem e perspetiva fotográfica do ponto de
vista do conceito de Exploração Urbana.
Não posso deixar de fazer um
aviso a todas as pessoas que se sintam com vontade de visitar o Palácio de
Coina, seja com que objetivo for. É seguro circular pela Quinta, apesar de ser
aconselhável falar com o guarda que se encontra normalmente na entrada principal
(bater no portão verde e pedir-lhe autorização). A quinta está alugada a uma
empresa de exploração de gado e como tal apesar de muitas vezes se conseguir
passar incólume, se for detectada a presença de pessoas dentro do recinto e o
guarda der por isso, normalmente chama as autoridades e a coisa torna-se
complicada. Outra chamada de atenção, esta muito mais importante. Na eventualidade
do objetivo da visita ser fotografar a Torre por dentro há que ter extremo
cuidado a circular no seu interior, pois o edifício encontra-se em avançado
estado de deterioração, eu diria mesmo na fase final, o que significa que paredes,
escoras e vigas podem ceder a qualquer momento (confesso que arrisquei um pouco
quando fiz as fotos). Isto aplica-se tanto á Cave como aos pisos superiores,
assim como ao vão por baixo da Torre Principal. Fica o Alerta.
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